Verão, mar, piscina e muita gente
dividindo o mesmo espaço.
O cenário que é típico das altas temperaturas não é
cobiçado só por banhistas e turistas do mundo inteiro.
É também o habitat ideal para os milhares de fungos que se proliferam nestas
condições e causam as tão temidas e incômodas micoses.
Micose é o nome popular
dado às várias infecções de pele e unhas causadas por fungos.
Existem cerca de 230 mil tipos de fungos, mas apenas 100 tipos deles causam
infecções.
Em condições favoráveis como ambientes com muita umidade e calor, os
fungos se reproduzem rapidamente e podem dar origem a um processo infeccioso
que, dependendo do fungo ou da região afetada, pode ser superficial ou
profundo.
Micose nos pés
Como todo agente infeccioso, os
fungos adoram o calor e a umidade e no verão se sentem no paraíso.
Mas se
engana quem acha que micose só se pega no verão.
Abafar pés e mãos pode causar
o problema, que embora contagioso, não é adquirido apenas por transmissão.
A seguir, confira dicas que esclarecem mitos e verdades sobre o problema:
1.Suco de limão acaba
com as micoses
Mito: o suco de limão não tem ação
alguma sobre a micose e, se manipulado para fins que não os indicados, pode
causar danos graves a sua saúde.
O limão, por ser ácido, quando exposto à altas
temperaturas pode causar manchas e, em casos mais graves, provocar queimaduras.
2.Existe mais de um tipo de micose
Verdade: o número de tipos de micose é proporcional ao
número de fungos.
Os dois tipos mais comuns são:
- A micose superficial mais comum é a frieira
(tinea pedis), conhecida como "pé-de-atleta", que atinge a pele
entre os dedos, geralmente a dos pés.
Ela pode vir acompanhada de uma infecção
bacteriana e, em alguns casos, a cura pode demorar vários meses.
- A Pitiríase versicolor: conhecida
vulgarmente como pano branco, é uma micose superficial causada pela levedura P. ovale.
Micoses profundas
Incluem-se neste grupo infecções fúngicas que afetam a profundidade da pele ou
subcutâneas e aquelas que se instalam em órgãos internos como, por exemplo, a
blastomicose e a criptococose.
Este tipo de micose é mais raro e geralmente é adquirida pela contaminação de
alguma ferida ou corte.
Você pode desenvolver quadros graves de doenças
pulmonares, por exemplo, se não tratar este tipo de micose.
3.Óleo de melaleuca
mata os fungos
Mito: o óleo de melaleuca tem sido
aplicado no tratamento de infecções por causa das suas propriedades antissépticas
e pela sua capacidade de se misturar à secreção sebácea e penetrar na epiderme.
Porém, é importante saber que existem efeitos colaterais graves como secura da
pele, prurido, sensação de queimação e pontadas, além de vermelhidão.
4.Lixa de unha
transmite micose
Verdade: a micose é transmissível de
diversas maneiras.
Por isso, recomendam-se evitar o uso comum de objetos como
lixas, biquínis e peças íntimas, por exemplo.
"Não se deve compartilhar
objetos pessoais.
Os fungos resistem no ambiente por muito tempo e, se a pessoa
tiver micose e você usar algo dela, pode se contaminar".
Formas de contágio:
-Contato com animais de estimação
-Em chuveiros públicos
-Lava-pés de piscinas, praias e saunas
-Andar descalço em pisos úmidos ou públicos
-Uso de toalhas compartilhadas ou mal-lavadas
-Peças de uso comum (botas, luvas)
-Uso de roupas e calçados de outras pessoas
-Uso de alicates de cutículas, tesouras e lixas não-esterilizadas
-Usar roupas úmidas por tempo prolongado
Micoses
5.Micose de unha é igual a de pele
Mito: existem vários tipos de fungos
e, por isso, vários tipos de micose.
A micose da pele pode ou não ser igual a
da unha.
Isso vai depender do fungo causador da infecção.
Se há uma diferença entre pele e unha em relação à micoses, ela está no
tratamento.
Tratar micoses de unha é muito mais trabalhoso e demorado do que as
da pele. Isso porque, o tratamento das
unhas depende da eliminação da unha contaminada, o que demora em média um ano
para acontecer.
"É preciso retirar a parte que se descola da pele em função da infecção,
limpar muito bem a área que fica debaixo da unha e esperar.
É um processo
demorado e difícil que requer disciplina e paciência".
"A unha não
dói e fica amarelada, já a pele fica avermelhada e coça bastante, o que
incomoda bem mais".
6.Micose passa de uma
unha para outra ou da unha para a pele
Verdade: como o contágio se dá por
contato, é possível que uma unha infeccionada transmita o problema para as
outras, tanto nos pés quanto nas mãos, embora a dos pés seja mais comum.
"As unhas ficam expostas a agentes externos e ao contato de uma com as
outras. Se houver uma infecção em uma delas, certamente será transmitida as
demais". "A micose pode passar não só de uma unha para outra como
também da unha para pele".
7.O uso de esmaltes
não atrapalha o tratamento das micoses
Mito: o esmalte impermeabiliza a unha e dificulta a penetração do
medicamento. O ideal é usar esmaltes antimicóticos, pois eles são os mais
indicados para cuidar de micoses já que apresentam maior taxa de antifúngicos.
"O esmalte comum não é indicado, porque torna o processo de cura mais
demorado, já os antimicóticos são excelentes porque tratam o problema com maior
eficiência.
Mas seu uso deve ser feito apenas sob prescrição médica para evitar
alergias ou reações adversas".
8.Os antifúngicos de consumo oral
prejudicam o fígado
Verdade: os antifúngicos orais são
metabolizados unicamente pelo fígado, podendo sobrecarregar ou agredir este
órgão.
Por isso, pessoas com problemas relacionados ao funcionamento deste
órgão não devem fazer uso dos antifúngicos.
Prevenção
Alguns procedimentos diminuem o risco de se contrair micoses:
-Sempre use calçados arejados
-Evite andar descalço em pisos úmidos
-Nunca use toalhas compartilhadas, especialmente se estiverem úmidas ou mal
lavadas
-Após o banho enxugue-se bem, principalmente nas áreas de dobras, como o espaço
entre os dedos dos pés e virilha
-Use sempre roupas íntimas de fibras naturais, como o algodão, pois as fibras
sintéticas prejudicam a transpiração
- Evite usar roupas apertadas, que provocam atrito e prejudicam a transpiração